Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 7 a 8 % da população brasileira acima de 18 anos tem diabetes, chegando a 18,6% nos indivíduos com 65 anos ou mais, informa o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Mário Motta, ao destacar a importância do Dia Mundial do Diabetes: 14 de novembro, criado para conscientizar a população sobre os perigos desta doença, que já se transformou em epidemia mundial.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que de 2000 até o ano de 2025 o número de diabéticos no mundo saltará de 177 milhões para 350 milhões, sendo que no Brasil, o número de pessoas maiores de18 anos com diabetes chegará a 17,6 milhões- quase 2,5 vezes mais que os atuais 7,3 milhões, o que preocupa as autoridades médicas, pois é sabido que as complicações crônicas do diabetes- nefropatia, neuropatia, alterações cardiovasculares e retinopatia-, afetam a qualidade de vida, podem levar à cegueira irreversível (a retinopatia diabética é a maior causa de perda da visão de adultos em idade laboral- 20 a 60 anos), e são causa de mortalidade precoce.
Os tipos mais freqüentes de diabetes são: o tipo I- Diabetes mellitus insulinodependente, que geralmente ocorre em crianças, jovens e adultos jovens e exige o uso da insulina para o seu controle. O tipo II- Diabetes mellitus não insulinodependente, é o mais freqüente, aparecendo geralmente após os 40 anos de idade. Existe ainda o Diabetes gestacional, que aparece durante a gravidez, sobretudo se a mulher tem mais de 30 anos, parentes próximos com diabetes, já teve filhos pesando mais de 4 kg ao nascer, já teve abortos ou natimortos, é obesa ou aumentou muito de peso durante a gestação.
– No Brasil, não existem dados precisos sobre o diabetes tipo I, mas estima-se que corresponda a 10% dos casos. Portanto existem cerca de 600 mil portadores desta forma de doença, segundo ainda o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), ressaltando que pelo menos 50% dos diabéticos desconhecem ter diabetes.
Mário Motta explica que a prevenção das complicações ocasionadas pelo diabetes só é possível com o controle rígido dos níveis glicêmicos, “como já foi comprovado pelos estudos dos Diabetes Control and Complications Trial (DCCT), para o diabetes tipo I, e United Kingdom Prospective Diabetes Study (UKPDS), para o diabetes tipo II”.
-Além do controle rígido dos níveis glicêmicos, o controle de fatores agravantes, como hipertensão arterial,duslipidemias, tabagismo etc., também ajuda a reduzir a ocorrência das formas graves da retinopatia, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia acrescentando: “as campanhas públicas de esclarecimento à população são fundamentais para que pacientes e familiares procurem ter cuidados básicos e realizem exames regulares não só de glicemia, hemoglobina glicosilada, como também de fundoscopia sob midíase”.
Mário Motta explica que as recomendações para exame de fundo de olho são: diabete tipo I- exame anual após 4 ou 5 anos de diabetes; diabetes tipo II- avaliação por ocasião do diagnóstico de diabetes.
-Caso a retina esteja normal, as revisões devem ser anuais. Se houver sinais de retinopatia, as indicações de angiografia e fotocoagulação dependerão do estágio da doença. Nas grávidas com diabetes tipo I, a fundoscopia deve ser trimestral; nas crianças, antes da puberdade, praticamente não existe retinopatia diabética, mesmo após 4 ou 5 anos de hiperglicemia. As fundoscopias são fundamentais após o início da puberdade.
Fonte: SBO