Entenda como funciona a troca do cristalino com finalidade refrativa (TCR-facorefrativa)

A troca do cristalino com finalidade refrativa (TCR-facorefrativa) é realizada por meio da facectomia (cirurgia de catarata). Para isso, é preferencialmente feita com a utilização da técnica de facoemulsificação, que consiste na remoção do cristalino opaco e na substituição por uma lente intraocular (LIO), ou seja, o implante de um cristalino artificial novo e transparente.

O cristalino é um tecido transparente que costuma ser entendido como a lente dos olhos, devido à função que ele exerce ao focar a luz e auxiliar na formação de imagens. Por isso, é considerado uma lente natural interna pela capacidade dinâmica de focar a visão para diferentes distâncias (longe, perto e intermediário). Este processo é chamado de acomodação visual.

Quando a troca do cristalino é indicada?

Com o passar do tempo, o cristalino perde a elasticidade e a eficácia na acomodação visual da luz e da formação das imagens, o que se caracteriza como presbiopia (vista cansada).

Isso costuma acontecer a partir dos 45 anos, mas para a Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares (ABCCR/BRACRS) e o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a troca do cristalino deve ser entendida como um procedimento usual para pacientes acima de 50 anos que tenham presbiopia, hipermetropia moderada ou alta (>1,50 DE) e em caso de miopia sem rupturas periféricas.

Além disso, os pacientes devem ter ciência dos riscos envolvidos e de outras formas de tratamento. Se ainda assim optarem pelo procedimento, precisam assinar o termo de consentimento informado.

Quais são os riscos da troca do cristalino?

Se comparada a outros procedimentos de correção da visão, a troca do cristalino é considerada a mais invasiva e, consequentemente, mais suscetível a complicações. Entre elas estão o descolamento de retina – quando o tecido da parte posterior do olho se descola da camada de vasos sanguíneos que fornecem o oxigênio e os nutrientes, o paciente também pode apresentar no pós-operatório recente um aumento da pressão ocular, o aparecimento de infecção ou sangramento dentro do olho ou a pálpebra caída.

Além disso, pode acontecer de a lente intraocular aplicada sair do lugar após o procedimento.

A moderna cirurgia de Facectomia Intra-ocular com facoemusificação, nesses casos, geralmente possui grande possibilidade de remoção do cristalino com mínimo trauma ocular e menor tempo de uso de ultrassom intra-operatório. Os resultados são motivadores e o retorno do paciente a todas as suas atividades é possível em poucas semanas.

Outras formas de tratamento

A troca do cristalino com finalidade refrativa (TCR-facorefrativa) foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) como procedimento seguro e disponível aos pacientes com perfil adequado. Em especial, o procedimento pode ser planejado para pacientes acima de 50 anos e portadores de hipermetropia e presbiopia, sem outras patologias associadas.

O uso de óculos e de lentes de contato são alternativas para ajudar no foco e formação das imagens, podendo ser monofocal, bifocal ou multifocal, e devem ser de conhecimento dos pacientes.

No entanto, se a pessoa apresentar problemas refrativos mais graves, a troca do cristalino pode ser a melhor opção.

É importante sempre procurar um oftalmologista que possa avaliar seu caso, de acordo com as recomendações apontadas pela Sociedade Brasileira de Catarata e Implantes Intraoculares (ABCCR/BRACRS) e pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

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